Quem gosta de tênis já deve ter se perguntado qual a maior troca de bolas num jogo profissional. Longas trocas são cansativas mas muito bonitas de serem vistas. Este post conta um pouco das histórias de longas trocas de bolas.
Rafael Nadal ganhou o 13.º Grand Slam da carreira em mais uma edição do duelo mais repetido do ténis na Era Open, contra Novak Djokovic. Esse é o registo histórico que fica da final do US Open, mas a memória visual que perdurará é a daquele memorável ponto que envolveu 54 trocas de bola entre o espanhol e o sérvio ao longo de um minuto e 20 segundos, no segundo set. O mais longo ponto da história do ténis mundial? Longe disso.
Na verdade, basta recuar um ano, até à final deste mesmo US Open de 2012, para ver que Djokovic já aí se viu envolvido num ponto semelhante, então face ao britânico Andy Murray. Tal como este ano, os dois finalistas trocaram a bola 54 vezes entre eles. E, tal como este ano também, Djokovic ganhou o ponto que ficou na memória mas perderia a partida.
O ponto mais longo de que há registo na história do ténis profissional, no entanto, faz parecer estas 54 pancadas uma brincadeira de iniciados. A 24 de Setembro de 1984, garantem as enciclopédias da modalidade, num torneio feminino em Richmond, Virginia, as norte-americanas Vickie Nelson e Jean Hepner fizeram a bola passar por cima da rede 643 vezes num só ponto que durou – respirem fundo – 29 minutos.
A efeméride foi lembrada em 2009, pela altura do 25.º aniversário, pelo New York Times, que recuperou declarações pós-jogo de Vickie Nelson, a jogadora que achou que 643 golpes eram suficientes e decidiu por fim ao ponto com um winner. “Estava a começar a pensar que estava a ficar maluca. Fizesse o que fizesse, ela devolvia sempre a bola”, comentou então Nelson, em 1984. A partida completa, ganha por Vickie, durou 6 horas e 31 minutos e foi ela própria a mais longa da história durante quase 20 anos. No final, a própria vencedora fez questão de pedir desculpa aos juízes pelo tempo que tiveram de estar em court. “Senti-me muito mal por eles. Devem ter adormecido”, recordou a ex-jogadora, na altura 93.ª do ranking (Hepner era a 172.ª), ao NY Times.
Mesmo se apertarmos a pesquisa apenas a encontros do Grand Slam, o ponto entre Nadal e Djokovic fica ainda demasiado curto. Na final de Roland Garros em 1978, o lendário sueco Bjorn Borg conseguiu festejar um ponto sobre o argentino Guillermo Villas após uma inesquecível troca de bola que envolveu 86 pancadas durante dois minutos e meio (ver vídeo). Villas repetiria uma experiência semelhante em nova final do Open francês da terra batida, quatro anos mais tarde, em 1982, e de novo com um sueco do outro lado da rede – mas desta vez Mats Wilander. E desta vez o argentino levou a melhor ao fim de 68 golpes.
O livro do Guinness Book of Records regista um outro recorde, de 25,944 trocas de bola consecutivas durante 14 horas e 31 minutos, entre os gémeos italianos Ettore e Angelo Rossetti, em 2008, mas isso foi fora de competição oficial, numa tentativa criada especificamente para o livro dos recordes como acontece com qualquer concentração de Pais Natal numa cidade portuguesa perto de si.
Fonte: Folhaseca.pt