Serviço de saúde inaugurado na Zona Leste tem o objetivo de dar conforto a pequenos pacientes sem chance de cura que não precisam mais ficar em um hospital. Em janeiro de 2012, Paulo Ricardo Ferreira de Almeida, então com 2 anos, chegou ao Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, com febre e dificuldade de comer. Os exames indicaram um tipo de leucemia grave. Paulo foi submetido a quimioterapia, e o tratamento não surtiu efeito. No último dia 28, a equipe de médicos comunicou à mãe, a dona de casa Rosiane Ferreira da Silva, a notícia mais triste possível sobre um filho: não há mais possibilidade de conter a doença. No dia seguinte, Paulo foi encaminhado a um serviço gratuito de saúde inédito no país. Trata-se de uma casa para crianças com câncer em estágio terminal chamada Hospice Francesco Leonardo Beira, inaugurada no fim do ano passado em Itaquera.
A palavra “hospice” designa tanto uma filosofia de tratamento como uma instituição que busca o alívio dos sintomas de pacientes sem chance de cura. O local está aos cuidados da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca), entidade beneficente que tem parceria com o Hospital Santa Marcelina. O objetivo é receber pacientes terminais da rede pública que necessitam de exames e medicamentos para não sentir dor, mas não precisam ficar em um hospital, com restrição de horário de visitas e sujeitos a outras infecções.
“Cerca de 80% das crianças conseguem se livrar dos tumores, mas temos de cuidar também dos outros 20% que não conseguem”, explica o oncologista Sidnei Epelman, um dos idealizadores da instituição. Há alguns centros semelhantes no Brasil, como um do Instituto do Câncer, em Cotia, a 31 quilômetros da capital, mas voltados para adultos. A Santa Casa de São Paulo tem um serviço de hospice, mas ele funciona no próprio hospital e realiza apenas atendimentos.
Fonte: Veja São Paulo