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Nelson Mandela - O ícone de um ideal

Enviado por Gilberto Godoy
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    Nelson Mandela morreu aos 95 anos! Herói da luta contra o apartheid e ex-presidente da África do Sul, ele foi uma figura que transcendeu as fronteiras de seu país e cuja luta contra a segregação influenciou millhões de pessoas ao redor do mundo. Graças a influência conquistada durante sua trajetória política, Mandela ajudou a montar em 2007 uma organização que tinha como objetivo reunir ex-líderes mundiais que um dia já foram responsáveis por revoluções ou ajudaram a solucionar guerras civis em seus países para  trabalhar em busca da paz e dos direitos humanos ao redor do mundo, o The Elders. 

     O The Elders surgiu de uma conversa do músico britânico Peter Gabriel com seu compatriota bilionário Richard Branson sobre como, na antiguidade, sabedoria era significado de poder. Em dúvida ou em dificuldades para solucionar conflitos, muitas comunidades se voltavam para seus membros mais velhos em busca de aconselhamento, de soluções, de palavras decididas que mostrassem o caminho certo a ser percorrido. Daí surgiu a ideia para se formar um grupo de pessoas que pudesse servir de alicerce para a "aldeia global" contemporânea.

     Eles então procuraram alguém que pudesse representar esse ideal de sabedoria nos dias de hoje. Mandela abraçou a ideia. Com a ajuda de sua atual mulher, a ativista e ex-ministra moçambicana Graça Machel, e de seu companheiro na luta para por fim ao Apartheid, Desmond Tutu, Mandela começou a montar The Elders, que seria apresentado oficialmente em Johanesburgo, na África do Sul, em 2007.

     Em seu site, a organização descreve seus membros como figuras que ajudaram a promover a paz, reconstruir nações, promover revoluções sociais, defender pioneiramente o direito das mulheres. Pessoas, capazes de liderar pelo exemplo e de inspirar outros a seguir suas causas.

     Uma das causas é a erradicação do casamento de meninas com menos de 15 anos pelo mundo. Na região de Amhara, na Etiópia, metade das meninas se casa antes dessa idade. E não se trata de uma exceção. No mundo inteiro, cem milhões de crianças devem se casar antes do 15º aniversário na próxima década. 

     "Nós temos que mudar a ideia de que algo chamado 'tradição' não pode ser mudado", escreveu Gro Brundtland, ex-premiê da Noruega e hoje uma "elder". A frase pode servir de resumo da sua passagem pela Etiópia para conhecer a situação de Amhara pessoalmente. Junto dela estavam Desmond Tutu, arcebispo anglicano sul-africano e vencedor do Nobel da Paz, e Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda - ambos membros do The Elders. O casamento infantil na Etiópia é uma das frentes de trabalho da organização - que atualmente também concentra esforços na luta pela paz no Sudão do Sul, além de ter marcado presença na Rio+20.

     Somam-se aos já citados o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, o ex-presidente americano e vencedor do Prêmio Nobel da Paz Jimmy Carter, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o ex-primeiro-ministro da Algéria e atual enviado da ONU para a Síria Lakhdar Brahimi, a ativista e fundadora da Associação de Mulheres Autônomas da Índia, Ela Bhatt, e o ex-presidente da Finlândia e vencedor do Nobel da Paz Martti Ahtisaari. A ativista de oposição de Mianmar e também vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi era uma membra honorária do grupo até ser eleita para o Parlamento de seu país em 2012.

     Trabalho pelos direitos humanos

     Em janeiro de 2011, Jimmy Carter e Kofi Annan visitaram o Sudão do Sul. Na época, a mais nova nação do mundo ainda era uma região separatista do Sudão que aguardava um plebiscito que traria sua independência após longos anos de conflitos armados. Carter e Annan serviram como observadores internacionais no referendo que culminaria na secessão do maior país africano, em julho do mesmo ano. Só que a independência não encerrou a briga entre o Sudão do Sul e o seu novo vizinho e antigo irmão. Mais de um ano depois da visita de Carter, o grupo The Elders segue tentando atrair a atenção internacional para a questão. Da mesma forma, em junho, na conferência Rio+20, FHC, Brundtland e Mary Robinson se juntaram a jovens no movimento Elders+Youngers para promover a necessidade de o mundo rumar na direção do desenvolvimento sustentável. O parecer do grupo: a Rio+20 não foi longe o bastante.

     O grupo também trabalha pela recuperação Costa do Marfim, que eclodiu em violência após as eleições de 2010; busca a união entre gregos e turcos cipriotas e também entre norte e sul-coreanos; tenta ajudar nas negociações entre palestinos e israelenses; além de trabalhar para solucionar as crises humanitárias no Sri Lanka e no Zimbábue. Seus princípios são: representar uma voz independente, desligada de interesses nacionais; promover os interesses da humanidade, os direitos humanos universais; ouvir os dois lados de um conflito - não importa quão impopular isso possa ser; agir com firmeza, falar verdades difíceis e enfrentar tabus.

      Os integrantes do grupo mantêm contato regular uns com os outros e se encontram duas vezes por ano para revisar suas atividades, discutir prioridades e planejar futuros trabalhos. Quando vão a campo, eles usam sua influência para tentar colocar os cidadãos em comum em contato com seus líderes. Assim, criam espaço para o surgimento de políticas sobre temas difíceis. Ou trazem à tona assuntos importantes, mas negligenciados pela cobertura midiática.

  CURIOSIDADES SOBRE A VIDA DE MANDELA:

     1. O nome de nascimento de Mandela – Rolihlahla – tem origem na língua Xhosa e significa “aquele que ergue o galho da árvore”. Coloquialmente, também significa “encrenqueiro”. Seu nome em inglês, Nelson, foi dado por uma professora.

"Free Nelson Mandela": líder sul-africano foi tema de diversas canções
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2. Mandela foi expulso da Universidade de Fort Hare após se juntar a uma manifestação estudantil. Mais tarde, ele completou o ensino superior na Unisa (Universidade da África do Sul), se formando em Direito;

3. Ele fugiu do Cabo Oriental para Johanesburgo após Jongintaba Dalindyebo, líder do povo Tembu, tentar arrastá-lo para um casamento arranjado. Após chegar à cidade, ele encontrou trabalho como vigia noturno de uma mina;

4. Mandela viveu na township de Alexandra em princípio, mas depois se mudou para a casa do amigo Walter Sisulu e da mãe dele em Orlando, Soweto;

5. A primeira esposa de Mandela, Evelyn Mase, era enfermeira e prima de Sisulu. Ela sustentava a família e também apoiou Mandela enquanto ele estudava Direito e se envolvia cada vez na política. Eles tiveram quatro filhos e se divorciaram em 1958;

6. Ele não só foi o primeiro comandante-em-chefe do braço armado do CNA (Congresso Nacional Africano), como também, junto com Oliver Tambo, co-fundou ao primeiro escritório de advocacia negro, Mandela & Tambo, que defendia pessoas afetadas pelas leis do apartheid;

7. Em 1962, ele saiu do país para angariar apoio para a luta armada. Durante esse tempo, ele recebeu treinamento de guerrilha no Marrocos e na Etiópia;

8. As circunstância em torno de sua prisão em uma blitz policial nos arredores de Howick naquele ano permanecem sem explicação, mas há a tese de que um agente da CIA avisou sobre sua movimentação. Em seguida, Mandela foi condenado à prisão perpétua e passou 27 anos na cadeia;

9. Durante o tempo que passou na prisão, Mandela permaneceu em uma cela de 2m x 2.5m, onde havia um colchonete no chão e um balde para as necessidades. Ele foi obrigado a trabalhar em uma pedreira de calcário e, no início, podia receber somente uma visita e uma carta a cada seis meses.

10. O governo do apartheid ofereceu soltar Mandela por seis vezes, mas ele se recusou. Em uma das ocasiões, ele soltou um comunicado onde disse: “Eu me preocupo com a minha própria liberdade, mas eu me preocupo ainda mais com a de vocês. Que tipo de liberdade me está sendo oferecida enquanto a organização do povo [o CNA] permanece banida?”.

11. Mandela escreveu um livro de memórias nos anos 1970, cujas cópias foram embrulhadas em plástico e enterradas em uma horta que ele mantinha na prisão. Ele esperava que seu companheiro de cadeia Mac Maharaj, que estava prestes a ser libertado, conseguiria contrabandear os textos. Porém, as autoridades carcerárias descobriram os papéis quando começaram a construir um muro. Como punição, a permissão de estudar foi tirada de Mandela.

12. Após se separar da segunda esposa, Winnie Madikizela-Mandela, ele perguntou à ativista Amina Cachalia, com quem mantinha um antigo relacionamento, se queria se casar, mas ela disse “não”. Em seu 80º aniversário, Mandela se casou com Graça Machel, viúva do presidente moçambicano Samora Machel.

13. O CNA foi classificada como organização terrorista pelo governo do apartheid, sendo depois acompanhado pelos governos dos Estados Unidos e Reino Unido. Somente em 2008 os EUA finalmente retiraram Mandela e outros membros do CAN da lista de terroristas.

14. A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou 18 de julho, data do aniversário dele, Dia Internacional Nelson Mandela. Foi a primeira vez que as Nações Unidas dedicaram uma data em particular a uma pessoa.

15. Centenas de prêmios e honras foram entregues a Mandela. Dentre elas, a de cidadão honorário do Canadá, membro honorário do Partido Trabalhista britânico e membro honorário do time de futebol Manchester United. Ele também dá nome a uma partícula nuclear, a um pica-pau pré-histórico (Australopicus nelsonmandelai) e a uma orquídea (Paravanda Nelson Mandela).

     Fonte: OperaMundi
 

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