Aguarde por gentileza.
Isso pode levar alguns minutos...

 

Todo poder aos advogados - Theófilo Silva

Enviado por Theófilo Silva
todo-poder-aos-advogados---theofilo-silva

 

     As duas estrelas que estão sob os mais intensos holofotes da Imprensa no momento, não são atores, cantoras, políticos, ou artistas em geral, mas dois profissionais sem nenhum talento para superstar. Trata-se dos advogados criminalistas Márcio Thomaz Bastos e “Kakay” Almeida Castro. Nenhum dos dois é atraente. O segundo tem cara de cientista louco dos filmes de Hollywood, e Bastos parece um vovô aposentado.

     Os honorários de Bastos, quinze milhões de reais – dinheiro advindo dos roubos de cachoeira – é mais do que um ministro do STF pode ganhar em trinta anos de permanência no tribunal. Os honorários de Almeida Castro são um mistério, mas como Demóstenes toma vinhos de trinta mil reais a garrafa... Esses dois advogados são os defensores dos inimigos públicos números um e dois do Brasil, na atualidade, os nefastos, bicheiro Carlinhos Cachoeira e o “cão sarnento”, segundo ele mesmo, Demóstenes Torres.

     O poderoso Thomaz Bastos, ex-ministro da justiça, foi quem escolheu (analisou, sabatinou e aprovou) os sete ministros do STF indicados no governo Lula. Não é preciso dizer que ele não fez a menor questão de ir pro STF. Esse homem não teve qualquer cerimônia em vender seu talento para defender um crápula odiado por todo o país, gesto que afrontou a nação. Foi vergonhoso ver os deputados e senadores na CPI fazendo reverências e elogios a Bastos enquanto agrediam o bandido que ele defendia.

     Já Kakay, o advogado queridinho dos políticos corruptos, andou com o “Mala Sem Alça” do Demóstenes por mais de quatro meses, fazendo às vezes de seu porta voz, em seu processo no Senado. Uma função que somente um criminalista podia cumprir.

     O Brasil é um paraíso para um advogado talentoso, trabalhador e competente, onde vigora um Estado Democrático de Direito – slogan para enganar a sociedade e estudantes de Direito – fajuto, de leis confusas, Constituição decorativa e judiciário corrupto. Daí, deitam, rolam e se empanturram de dinheiro defendendo corruptos ricos. 

     As pedreiras que esses advogados enfrentam, não estou me referindo à justiça de primeira instância, ladrão rico é julgado em tribunais superiores, são um ou outro juiz abnegado, sério, as exceções, que se tornam espinhas na garganta deles. Thomaz Bastos tem perdido no STJ seus sucessivos habeas corpus que impetrou a favor de Cachoeira. O bicheiro está decepcionado com o “vovô aposentado”.

     Não há nada que impeça esses advogados de defenderem, venderem seu talento, para criminosos confessos, inimigos públicos. Ninguém é obrigado a ter caráter, vergonha na cara, honra, dignidade, principalmente, se for um advogado. Mas, sentimos nojo por homens assim. Sim, todos têm direito a um advogado, mas alguns advogados podem se dar ao luxo de escolher seus clientes. Felizmente, Bastos e Almeida Castro só têm colecionado derrotas nesse caso, os juízes não estão aceitando suas chicanas, e eles não impediram a defenestração dos dois criminosos. Vamos ver no futuro.

     A maior riqueza de uma nação, a substância que a faz dar certo, é o seu ordenamento jurídico, a perfeição de suas leis, sua correta aplicação, que organiza as relações e pune os infratores. Só quem pode deter a força de advogados inescrupulosos são as leis. Uma justiça conivente com truques e trapaças é um paraíso para esses indivíduos, ainda piores que seus clientes criminosos.

     Além dos milhões em dinheiro, o que move esses advogados é a vaidade dos holofotes. “Oh! Vaidade, tudo é vaidade”! Lembro-me de Hamlet no cemitério, vendo um coveiro com um crânio na mão: “Por que não pode ser o crânio de um advogado? Onde estão agora suas sutilezas e seus referendos, suas trapaças, seus subterfúgios e artimanhas? Como suporta que esse patife grosseirão lhe bata com a pá imunda na moleira, sem se atrever a lançar contra ele um processo por lesão corporal”?


     *  Theófilo Silva é escritor, articulista de vários blogs, autor do livro 'A paixão segundo Shakespeare' e fundador da Sociedade Shakespeare.

Comentários

Comente aqui este post!
Clique aqui!

 

Também recomendo

  • “Somos, fluindo de forma em forma docilmente, movidos pela sede do ser atravessamos o tempo. O dia, a noite, a gruta e a catedral. Assim sem descanso as enchemos uma a uma, e nenhuma nos é o lar, a ventura, a tormenta. Ora caminhamos sempre, ora somos sempre o visitante, 
A nós não chama o campo, o arado, a nós não cresce o pão...   (continua)


  •    Que o seu Natal seja verdadeiro, caloroso, espontâneo e essencial. Será Natal o que se fizer sincero e gratificante; onde o sorriso agradeça, revele ou transcenda. Há de ser Natal quando possamos festejar por igual e saibamos avaliar perdas, dores, erros e comungar qualidades, feitos, capacidade de prosseguir na luta constante por ver, sentir, saber e...   (continua)


  •    Olho com ternura para o meu chapéu de veludo verde. Ele já teve belas flores de camurça cor de ferrugem num dos lados das abas e, com certeza, dias de maior esplendor e glória quando o comprei numa sofisticada loja em Washington D.C.  Naquele tempo eu tinha 22 anos e fazia minha primeira...   (continua)

  •    Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém...   (continua)


  •    Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique...   (continua)


  •    O que eu tenho não me pertence, embora faça parte de mim. Tudo o que sou me foi um dia emprestado pelo Criador para que eu possa dividir com aqueles que entram na minha vida.  Ninguém cruza nosso caminho por acaso e nós não entramos na vida de alguém sem nenhuma razão. Há muito o que...   (continua)


  •    "Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que..."   (continua)


  •    A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão… O que mais você deseja é não estar em solidão…   (continua)


Copyright 2011-2024
Todos os direitos reservados

Até o momento,  1 visitas.
Desenvolvimento: Criação de Sites em Brasília