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Toscana, o berço do renascimento

Enviado por Gilberto Godoy
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     A Toscana é uma região da Itália central com 3,6 milhões de habitantes e 23 000 km² , cuja capital é Florença. Tem limites a noroeste com a Ligúria, ao norte com a Emília-Romagna, a leste com Marcas e Úmbria e ao sul com o Lácio. A oeste seus 320 km de litoral são banhados pelo Mar Lígure e Mar Tirreno. A Toscana administra ainda as ilhas do Arquipélago Toscano, a principal das quais é a Ilha de Elba. A Toscana é uma das maiores regiões italianas em território e número de habitantes.

     O BERÇO DO RENASCIMENTO

     “Não falaremos agora da época de Péricles, nem da terra panaténica, criadora da filosofia, do teatro, da epopeia”. O manifesto está lavrado a páginas tantas de um pouco conhecido livro de viagens dado à estampa em 1922. Chama-se “Itália Azul” e nele Jaime Cortesão sintetiza a singularidade toscana, enunciando as circunstâncias e os arquitectos do milagre. “Exactamente na época do pleno desenvolvimento das repúblicas italianas, quando Pisa, Siena, Fiesole, Orvieto e Florença são grandes centros de vida livre, então assume a Toscana perante o resto do globo a sua missão reveladora”.

     A beleza noturna de Florença reflectida nas águas do Arno

     Essa época de ouro dá os primeiros passos nos séc. XII e XIII, quando Florença inicia uma era de prosperidade, mas foi sobretudo nos séc. XV e XVI e, particularmente, durante o consulado dos Médicis, que a terra toscana se tornou palco de um dos períodos mais luminosos e inventivos períodos da história da humanidade. Foi um tempo de descobertas - de redescoberta do passado, de viagens e exploração de novos territórios, de averiguação e reconhecimento das leis da natureza - e, sobretudo, de exaltação da centralidade do humano na cultura e no mundo, corporizada na atitude renascentista de recuperação da liberdade de pensamento e do individualismo que os tempos medievais quase haviam eclipsado. A Toscana dá nesse tempo ao mundo, escrevia Jaime Cortesão na sua narrativa, “o mais original grupo de génios com que uma região ilustrou a humanidade, desde o declinar da Hélade”.

     ARQUITETURA E VINHEDOS

     De nenhum exagero enferma tal manifesto, e após uma primeira viagem pela terra toscana qualquer viajante celebrará a infinitude de razões para repetir o périplo. Não apenas Florença e Siena, com os seus riquíssimos acervos museológicos, testemunham a singularidade das realizações artísticas desse tempo que conhecemos por Renascimento e o génio de uma plêiade de espíritos brilhantes - Giotto, Botticeli, Miguel Ângelo, Da Vinci, Piero della Francesca, Filippo Lipi, Donatello, Brunelleschi.

     Edifícios medievais em San Gimignano, Toscana

     Cada pequeno burgo toscano guarda uma identidade própria e irredutível, e o seu espaço urbano é uma narrativa cativante: San Gimignano, com as suas catorze torres medievais (e o seu precioso vinho branco, o Vernaccia), Pienza e a sua praça central, esboço de uma cidade renascentista encomendada em 1459 pelo Papa Pio II ao arquitecto Bernardo Rosselino, Volterra e a herança etrusca em convívio harmónico com a Renascença, Lucca e a sua curiosa praça redonda, Montepulciano com os seus palácios de inspiração renascentista florentina, ou Arezzo, onde se conservam, na igreja de São Francisco, admiráveis frescos de Piero della Francesca.

     E, depois, do passado e do presente falam também, com eloquência, as paisagens toscanas, uma sucessão de colinas suaves, a natureza transformada sempre com um sentido latente do belo, os vinhedos dos Monti del Chianti, de Monterregioni, de Montalcino (pátria do incensado Brunello), de San Gimignano ou de Montepulciano.

     Para terminar este breve roteiro e enunciado do imenso tesouro toscano, retomo o livrinho de Jaime Cortesão, que bem merecia reedição pelos ensinamentos que contém da arte de viajar. “É na Toscana, após um crepúsculo de tantos séculos que o sol da Beleza dealba em toda a claridade e freme ardências e delírios de zénite: ali se descobre novamente o Homem e a Vida, isto é, o que há de formosa realidade, de variedade e graça em toda a Natureza”.

     FLORENÇA E SIENA, VIZINHAS E RIVAIS

     Florença e Siena, os dois principais centros de produção artística da Toscana renascentista, estiveram em lados opostos na guerra fratricida entre guelfos e ghibelinos, apoiantes e adversários do poder temporal do Papa. A vitória da cidade dos Médicis condicionou o desenvolvimento de Siena, o que permitiu conservar, praticamente intacto, o figurino medieval da cidade. Não são necessárias grandes voltas para chegar à bela e luminosa Piazza del Campo, já que a organização urbana faz confluir várias artérias para a praça.

     Piazza del Campo, a praça central de Siena

     A subida ao topo da Torre del Mangia, a segunda mais alta de Itália, é uma das visitas obrigatórias em Siena. Igualmente indispensável é o reconhecimento da que é outra das singularidades do burgo, as expressões pictóricas da Escola de Siena. No Palazzo Pubblico, na sala do Mappamondo, pode admirar-se a famosa «Maestá» de Simone Martini; a capela conserva frescos Taddeo di Bartolo. Além da Pinacoteca, também a catedral, com a sua fachada decorada com mármore de várias cores e com escultura de Jacopo della Quercia, merece demorada visita.

     Mais difícil ainda é gizar um roteiro sintético para Florença. Incluem-se os museus, obviamente - com especial acento na Galeria dos Ofícios e no Bargello -, mesmo antevendo o sempre repetido suplício das filas intermináveis. Mas não valem o sacrifício “O nascimento de Vénus” ou “A Primavera”, de Boticceli (entre tantas obras de Rafael, da Vinci, Ticiano e Caravaggio), ambos nos Ofícios, ou o espantoso acervo de escultura (“Baco”, de Miguel Ângelo, “David”, de Donatello...) guardado no sisudo Palácio Bargello?

     E acrescente-se o extenso rol de templos, a começar pelo Duomo, com o campanário assinado por Giotto e a famosa cúpula de Brunelleschi, de impossível arquitectura para os seus cépticos coevos. Depois, Santa Croce e a grácil Santa Maria Novella, mas sobretudo, sim, sobretudo, a emocionante geometria da inacabada San Lorenzo (refeita por Brunelleschi) e da sua divina biblioteca, obra maior de Miguel Ângelo.

     Para um roteiro verdadeiramente pessoal, talvez só fosse necessário refazer a ordem de prioridades. E chegar a Florença pela outra margem do Arno, passear o olhar pela cidade a partir do mirante da Piazzale Michelangelo, e subir depois a San Miniato al Monte, a belíssima e bem conservada capela românica que se prepara para fazer (lá para o fim do século) mil anos.

Fonte: Wikipédia Brasil e http://www.laticastelli.com/

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