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Joana de Vilhena Novaes
O que significa, para uma mulher, ser feia nos tempos atuais? Qual o preço pago, os sacrifícios impostos e os sofrimentos vividos? A quais práticas se submetem para escapar do “intolerável da feiúra?” “A gordura acabou com a minha vida” estampava a manchete do Jornal da Família, suplemento dominical do jornal O GLOBO, de 19/01/2003. Sabemos que, historicamente, a imagem de mulher se justapõe com a de beleza e, como segundo corolário, à de saúde (fertilidade) e juventude. A contemporaneidade,contudo, parece ter levado ao paroxismo tais representações, como veremos no decorrer de nosso trabalho. (continua)
Nas assembleias estudantis e de movimentos sociais, nos anos 1970, 80 e 90, havia um ritual de "chamada" dos nomes dos que não estavam mais vivos e todos respondiam "presente!" como se todos ali fossem aquele que não estava mais. Geralmente tinham sido assassinados, em ação ou em sessões de tortura. A vida que havia se dado pela causa de todos era resgatada na vida de cada um e, coletivamente, com aquele gesto mostrávamos que aquela pessoa continuava a viver em nós. (continua)
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