Cientistas encontram sinais da 'partícula de Deus'
Cientistas afirmaram ontem que encontraram sinais do bóson de Higgs, uma partícula que se acredita que tenha exercido um papel vital na criação do Universo depois do Big Bang. Cientistas do centro de pesquisas Cern, situado perto de Genebra, disseram, entretanto, que não encontraram nenhuma prova conclusiva da existência da partícula que, de acordo com as teorias prevalecentes da física, confere a todas as coisas do universo a sua massa.
Os coordenadores de duas experiências, chamadas Atlas e CMS, revelaram seus achados em um seminário lotado no Cern, onde tentam encontrar traços de bóson ao colidir partículas em alta velocidade no Grande Colisor de Hádrons.
"Os dois experimentos têm seus sinais apontando essencialmente para a mesma direção", disse Oliver Buchmueller, físico sênior do CMS. "Parece que tanto o Atlas como nós descobrimos que os sinais estão no mesmo nível de massa. Isso obviamente é muito importante."
Fabiola Gianotti, a cientista encarregada pela experiência Atlas, disse que sua pesquisa afunilou a busca em um sinal centrado em torno de 126 GeV (giga elétrons-volt), que seria compatível com a força esperada de um Modelo Padrão de Higgs.
"Acho que seria extremamente gentil da parte do bóson de Higgs de estar aqui", disse ela em um seminário para debater os achados. "Mas é muito cedo" para conclusões finais, disse ela. "São necessários mais estudos e mais dados. Os próximos meses serão muito excitantes...Não sei quais serão as conclusões."
Na teoria, o bóson de Higgs é a partícula que dá massa a todas as outras partículas fundamentais. Enquanto sua descoberta poderá consolidar o atual conhecimento sobre partículas (como elétrons e fótons), os resultados do trabalho no Cern também podem comprovar que ele não existe. Tal resultado enfraqueceria as bases de teorias aceitas sobre a formação do universo.
"Se os primeiros indícios do bóson de Higgs forem confirmados, então é o início da aventura de desvendar os segredos dos constituintes fundamentais do Universo", disse Stephen Haywood, líder do Grupo Atlas, do Laboratório STFC Rutherford Appleton.
Fonte: Robert Evans - Reuters