Djokovic e suas estratégias psicológicas
Quando ganhou um game no terceiro set contra Roger Federer na final do US Open em 2017, Novak Djokovic comemorou com o dedo na cabeça, apontando para sua principal aliada: a "força mental". Essa força, segundo ele, começou a crescer ainda na infância. Entre bombas e correria na antiga Iugoslávia, Djokovic lidou desde cedo com uma pressão incomum. Hoje, colhe os frutos da fase em que conviveu com a guerra.
Djokovic ainda era garoto durante os conflitos que dominaram a região de Belgrado no início dos anos 1990. Correr para abrigos antibombas e ouvir explosões era comum. Em uma de suas festas de aniversário, o barulho das explosões se misturou ao "parabéns".
"Cresci em circunstâncias que não eram muito comuns. Elas me moldaram e moldaram meu caráter. Essas lembranças me dão aquela força extra que uso em situações difíceis", contou ele ao The New York Times. "Essa situação ajudou a aumentar minha força mental. Sou mais forte agora".
Quando bombas não estavam explodindo, Djokovic jogava tênis em qualquer canto da casa e treinava em espaços improvisados como piscinas vazias. Ele só deixou sua terra aos 12 anos, quando foi se dedicar ao tênis na Alemanha. Mas raízes são raízes.
"Vivo muitas emoções na quadra, como todos os outros. Só acho que, com o tempo, aprendi como usar minha experiência para lidar com tanta pressão em momentos complicados", resume o sérvio.
Carismático, Djokovic costuma ter o apoio da torcida nas partidas, mas isso muda em alguns torneios. Contra Federer no último Aberto dos EUA, por exemplo, a maioria estava ao lado do rival. "Quando eles gritavam 'Roger' eu imaginava que eles estavam gritando 'Novak'". A estratégia deu certo, e hoje Djoko vive uma das melhores temporadas de sua carreira.
Fonte: UOl/esportes