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Maria Bethânia recita 'Eros e Psique' de Fernando Pessoa

Enviado por Gilberto Godoy


     Do lindo mito ao poema: Eros e Psique (Presença, 1934), do mestre Fernando Pessoa. De um poeta com várias personas, certamente este poema é uma das chaves pra compreendê-lo. A leitura é da Maria Bethania, no documentário Palavra (En)cantada.

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  • "O tempo presente e o tempo passado
    Estão ambos talvez presentes no tempo futuro
    E o tempo futuro contido no tempo passado
    Se todo o tempo é eternamente presente
    Todo o tempo é irredimível
    O que podia ter sido é uma abstração
    Permanecendo possibilidade perpétua
    Apenas num mundo de especulação..."
    (continua)


  • “Como imperfeito ator que em meio à cena
    O seu papel na indecisão recita,
    Ou como o ser violento em fúria plena
    A que o excesso de forças debilita;
    Também eu, sem confiança em mim, me esqueço
    No amor de os ritos próprios recitar...
    (continua)


  • "Se alguém bater um dia à tua porta,
    Dizendo que é um emissário meu,
    Não acredites, nem que seja eu;
    Que o meu vaidoso orgulho não comporta
    Bater sequer à porta irreal do céu... (continua)


  • "O que esperamos na ágora reunidos?
    É que os bárbaros chegam hoje.
    Por que tanta apatia no senado?
    Os senadores não legislam mais?
    É que os bárbaros chegam hoje...
    (continua)


  •    "Eu te peço perdão por te amar de repente
       Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
       Das horas que passei à sombra dos teus gestos
       Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos...
       (continua)


  •     "Meu Senhor, tende piedade dos que andam de bonde
         E sonham no longo percurso com automóveis, apartamentos…
         Mas tende piedade também dos que andam de automóvel
         Quantos enfrentam a cidade movediça de sonâmbulos, na direção.
    ​     (continua)


  • "Desde os tempos distantes de criança
    Numa força sem par do pensamento,
    Tem sentido infinito e resultante
    Do que sempre será meu sentimento;
    Todo teu, todo amor e encantamento,
    Vertente, resplendor e firmamento...
    (continua)


  •    A Complicada Arte de Ver, uma crônica de Rubem Alves, foi publicada na coluna dele na Folha de São Paulo em 2004. Ele possibilita várias reflexões a respeito da limitada percepção que geralmente temos sobre muitas coisas da vida. Espero que você goste.

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  • "Porque entre o sim e o não é só um sopro,
    entre o bom e o mau apenas um pensamento,
    entre a vida e a morte só um leve sacudir de panos -
    e a poeira do tempo, com todo o tempo que eu perdi,
    tudo recobre, tudo apaga, tudo torna simples
    e tão indiferente."


  • "Senhora das tempestades e dos mistérios originais
    quando tu chegas a terra treme do lado esquerdo
    trazes o terremoto a assombração as conjunções fatais
    e as vozes negras da noite Senhora do meu espanto...
    (continua)

     


  • "No meio do caminho desta vida
    me vi perdido numa selva escura,
    solitário, sem sol e sem saída.
    Ah, como armar no ar uma figura
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    que, só de eu a pensar, me desfigura?
    (continua)


  • "Eu cantarei amor tão fortemente
    Com tal celeuma e com tamanhos brados
    Que afinal teus ouvidos, dominados,
    Hão de à força escutar quanto eu sustente...
    (continua)


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