Aylan era seu nome. Ele tinha 3 anos e se afogou no mar com seus pais e seu irmão de 5 anos, Galip. Eles simbolizam o desespero de milhares de humanos que fogem da violência, da fome, de injustiças, enfim, de muito sofrimento... Quanta coisa a gente pensa e sente quando se depara com um problema desta magnitude! Ou nós humanos conseguimos encontrar uma solução rápida para tanta injustiça ou nossa espécie está seriamente ameçada de extinção. É preciso mais justiça por meio de políticas públicas efetivas, baseadas em princípios de análise do comportamento, e menos discursos repletos de piedade e sem compromisso real com mudanças que produzam mais igualdade e equilíbrio entre os povos. Somos todos Humanos! Só a poesia pra expressar nossos sentimentos neste momento.
Com a palavra, Castro Alves:
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?…
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa…
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!…
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro… ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!…
Ó mar, por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
-
Multidão em desespero caminha de Budapeste até Viena... (215 km)