O ano de 2016 foi pra Gremista nenhum botar defeito. Pentacampeão da Copa do Brasil e o Internacional rebaixado pra série B. Podia ser melhor? Quanto sentimento contido e quanta alma lavada! Mas, uma análise realista mostra as causas e consequências de um rebaixamento pra série menor do campeonato brasileiro. O artigo de Luiz Zini Pires do ZH Esportes descreve bem este fato.
O RABAIXAMENTO DO INTER PARA A SÉRIE B DE 2017.
É triste escrever sobre a queda de um time. O tombo do Inter não dói só na torcida. Afeta também quem trabalha com futebol. O efeito é colateral. O eixo do clube se desloca. A imprensa segue junto. Sai do Maracanã, cartão postal do Brasil, no Rio. Aparece no Estádio Municipal Passo das Emas, em Rio Verde. Cada competição tem um tamanho. Uma viagem a Série B pode ser longa e traumática. Nada começou no interior do Rio de Janeiro, no domingo, 11 de dezembro de 2016, data oficial da queda, dia mais vergonhoso na história de 107 anos do clube, um dos 10 mais populares do Brasil, quase 6 milhões de fãs. Só terminou. O 12º mês do ano é icônico na vida colorada. Em 2006, tocou no topo do mundo. Dez anos depois, roçou o pé. O recomeço precisa começar a nascer neste mesmo dezembro.
Rotular o fracasso é simples. Basta unir duas palavras: "Má Gestão". Os atores principais do filme B, terror puro, são vários. Estão representados na arrogância de Vitorio Piffero, principalmente, e no despreparo de Fernando Carvalho e Carlos Pellegrini, na inépcia de Argel Fucks e de Celso Roth e na falta de liderança, suor e concentração de vários jogadores. Se é para escolher um, o prêmio de pior interpretação vai para o canhoto Anderson. Futebol é um esporte coletivo. Os responsáveis pelo rebaixamento, que vai impactar nas finanças, na captação de sócios, na atração de novos patrocinadores, na desvalorização da marca, estão espalhados e habitam todas as salas do Beira-Rio. O peso da responsabilidade é que merece ser dividida.
Quem procura causa e efeito, razões possíveis pelo nascimento de um problema, superproblema neste caso, deve lembrar os rachas políticos que trucidaram a paz interno no clube. Nas últimas contas, mais de 12 grupos disputavam espaço no Conselho Deliberativo. Nos melhores tempos, turbinados pelas nas glórias do campeão de tudo, os movimentos atuavam num mesmo e sincopado ritmo. O Inter exagerou nos últimos anos. Adotou um sistema antigo de gestão. Gastou demais no futebol. Queimou ídolos em sequência. Contratou treinadores em série. Formou grupos desiguais. Não criou um conceito de futebol. Resultado: desenhará seu futuro na Segundona em 2017.
Fonte: Zero Hora