Uma seleção brasileira sofrida e sem brilho
Podemos ser campeões do mundo de 2014, pela tradição e força do nosso futebol. Este é um dos poucos esportes em que o melhor nem sempre vence e a fórmula do mata mata ajuda os mais fracos. Mas a verdade é que temos uma seleção de futebol muito aquém da nossa história, demonstrado isto nos quatro primeiros jogos da copa.
Uma boa análise deste tipo de contingência deve procurar entender as variáveis que controlam e explicam o fenômeno que está sob análise, no caso, a qualidade da nossa seleção brasileira de futebol.
Assim, aqui vão algumas hipóteses bem plausíveis:
Temos uma geração pobre de jogadores talentosos, com a exceção de Neymar e talvez Tiago Silva. Um futebol que não empolga, com chutões pra todos os lados, bem marcada pelos adversários e sem um meio campo de ligação.
A cartolagem dirigente do nosso futebol, além de viciada, não tem uma estrutura democrática e organizada, o que é a base de todos os problemas atuais. Nossos calendários e a insatisfação dos jogadores nacionais são exemplos da nossa desorganização. Os interesses econômicos escusos são importante variável neste caso mas não seria aqui objeto de análise.
Há uma politização excessiva do futebol, como nunca se viu na história desse país, a ponto de grande parte dos brasileiros estarem torcendo contra a própria seleção, “contra a Pátria”. Outros estão em conflito, às vezes torcem contra, às vezes a favor ou tanto faz. Aquela união nacional em torno da seleção não é mais a mesma de outros tempos.
Nossa comissão técnica de futebol, sem equilíbrio emocional, obsoleta, e sem treinamento para lidar com situações esperadas, sem um plano b, de Brasil. A natureza é “cruel” e as consequências inevitáveis. Não é inexplicável também tantos jogadores emocionados da nossa seleção, com respondentes à flor da pele.
Nosso técnico, mais um paizão motivador de peladeiros daqueles que leva limonada gelada pro futebol do sábado pela manhã no clube, além de supersticioso e desatualizado, não utiliza treinamentos modernos e táticas adequadas às contingências, nem teve o tempo necessário para fazê-lo se soubesse.
Que essa Copa de 2014 sirva de lição aconteça o que for. Se bem que não costumamos aprender com a história.
Não é à toa que tem tanta gente (digo brasileiros) torcendo contra a própria seleção. Resta aos resistentes torcer, sofrendo e sem grandes esperanças. A maior esperança está no futuro, na educação, nas eleições. Será?
Se o que importa é ser Hexacampeão, que está chegando, segundo o lema do ônibus da seleção brasileira, podemos até ser bem sucedidos, mas sem grandes encantamentos.
Nem o grito de gol do Galvão é mais o mesmo. Que pena!