Trabalho e alienação - Peter Drucker
Peter Drucker, em 1969, escreveu o livro “uma era de descontinuidade”. Nele, registra a seguinte reflexão:
“O ‘empregado com conhecimento’ e que se tenha realizado aos 45 ou 50 anos de idade está em seu auge físico e mental. Se está fatigado e entediado é porque atingiu o limite de contribuição e progresso em sua carreira inicial (ou no que vem fazendo) – e porque sabe disso.
É provável que se deteriore rapidamente se continuar fazendo o que não mais representa para ele um verdadeiro desafio. Pouco adianta procurar “passatempos” ou determinados “interesses culturais” para mantê-lo com vida, animado; não o encontrará.
Ser um amador não basta para um homem que aprendeu, em sua vida, a ser um profissional. É provável que ele se incline, à medida que envelheça, a dedicar um pouco mais de tempo aos “interesses” externos ao trabalho. Mas não está com vontade nem é emocionalmente capaz de fazer desses “interesses” o centro de sua vida, mesmo que tenha dinheiro para isso. Ser um diletante tem de ser aprendido na infância, como ocorria em todas as aristocracias.
Algo que esse homem geralmente tem é o desejo de contribuir. Na época em que ele atinge a meia-idade, seus filhos já terão chegado à idade adulta, e “sua casa terá sido totalmente paga”.
Esse homem que não se interessa mais pelo trabalho que teve durante mais de vinte anos, trabalho que conhece de maneira tão completa que não apresenta desafio ou emoção, agora quer doar-se, de acordo com expressão usada por tantos homens que se encontram nessa situação.
Hoje, há, todavia, poucas oportunidades organizadas de se conseguir isso”.
Peter Ferdinand Drucker (1909 - 2005) nasceu na Áustria. Foi escritor, professor e consultor administrativo, considerado como o pai da administração moderna, sendo o mais reconhecido dos pensadores do fenômeno dos efeitos da globalização na economia em geral e em particular nas organizações - subentendendo-se a administração moderna como a ciência que trata sobre pessoas nas organizações, como dizia ele próprio. É considerado o pai da moderna gestão de empresas. Ele afirmava que a empresa que conseguir vender o produto/serviço certo, para o cliente certo, com a distribuição adequada, por um preço adequado e no momento oportuno, verá seus esforços de venda reduzirem-se a quase zero, ou seja, a venda tornar-se-a automática em função de a demanda ter sido corretamente equacionada e trabalhada. Presidente honorário da Drucker Foundation e professor de ciências sociais da Claremont Graduate Califórnia, EUA, escreveu muitos artigos e mais de 30 livros. O pensador produziu ao longo de sua carreira uma mistura única de rigor intelectual, popularização, praticidade e profundo conhecimento das tendências cruciais, como definiu Robert Heller, fundador e editor de uma das maiores revistas de negócios inglesas, a Management Today. Pode-se afirmar que não há management theory (teoria da administração) que não parta da obra de Drucker. Entre seus livros mais recentes figuram Desafios Gerenciais para o Século XXI, Administrando em Tempos de Grandes Mudanças e Sociedade Pós-Capitalista, todos publicados pela editora Pioneira, atualmente Thomson.
"O planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes" Peter F. Drucker
Contribuição para o post de Jubson Júnior.