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Tudo errado no Parque da Cidade - Renato Riella

Enviado por Habbas Gazan
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    O Governo do DF está anunciando, há alguns meses, diversos investimentos no Parque da Cidade de Brasília, mas a medida não atende às principais necessidades das 500 mil pessoas que passam por lá num mês. Dessas, a grande maioria permanece no Parque de uma a duas horas, usando a pista de caminhada/corrida.

     Esse público é de grande prioridade e exige (escrevo isso há anos) banheiros. Estive hoje e nos dias anteriores no Parque e vi banheiros com cadeados – muitos deles. Vergonha! Mulheres, deficientes, velhos e crianças precisam muito de banheiros limpos, com papel higiênico, etc.

     Todos os governos negam-se a ver isso. Tudo o que está sendo prometido saiu da cabeça de administradores que não conhecem o Parque.

     Passei na área das churrasqueiras, onde inúmeras famílias se instalavam. Pensei: como vão fazer se o banheiro próximo está interditado? Devem ter feito xixi atrás das árvores. Vergonha!

     Outra coisa que os 500 mil usuários precisam – e precisam sempre – é a construção de um shopping de utilidades.

     Precisa ser um shopping horizontal, arejado, terceirizado (por licitação) perto da Administração do Parque, com:
-lanchonete de ótima qualidade e bons preços;
-boutique para venda de artigos de praia;
-conveniência para venda de papel higiênico, lenço de papel, absorvente feminino, bandaid, boné, camiseta, toalha de papel de boa qualidade, remédio para dor de cabeça, protetor solar, etc.

     Gente qualquer, sob proteção de qualquer burocrata, instala barracas sem padrão no Parque, para massagem, para vender melancia e coco, etc. Uma bagunça! Parece acampamento do MST.

     O Parque, na sua fase central (a pista de 10km) não tem projeto. Conheço desse assunto como ninguém. Já corri e andei por lá milhares de vezes, sempre observando tudo. As melhorias prometidas não foram pedidas por ninguém. Saíram da cabeça de qualquer um do governo. Falta o essencial.

     Sem contar que quase sempre o Parque não tem qualquer policiamento. Hoje tinha, mas estático como uma tartaruga. O Parque precisava ter cinco ou seis mirantes, bem altos, em pontos estratégicos, para que policiais com rádio vigiassem anormalidades com binóculos. Isso, sim, seria parte de um projeto. Tudo o mais são obras.

     O Parque não requer, com urgência, obras. Requer serviços, padronização, criatividade, uma presença viva da administração, comunicações feitas ao público, etc. É incrível, mas o Parque da Cidade não tem nem mesmo um site. O que tem o Parque da Cidade além do sol?

     Agora o GDF anuncia que construirá uma nova pista, de 10 km, tentando minimizar o conflito entre pedestres e ciclistas. A nova via será destinada aos usuários de bicicletas e patins, enquanto a antiga continuará servindo aos pedestres. Começa errado: patim e bicicleta é incompatível! Deve ficar só para ciclismo. Quem está pensando nisso nunca andou no Parque!

Nos percursos, serão duplicados o número de bebedouros, com a instalação de mais dez unidades, e a sinalização será substituída para atender às normas de visualização.

     Esta última parte parece inteligente, mas vale lembrar que a pista tradicional está toda trincada e dentro de algum tempo começará a abrir buracos.

     Sobre as pistas (a antiga e a nova), como a fiscalização da administração é invisível (e parece ser cega), preocupa ver carros e caminhões andando no asfalto. É fácil de perceber que o trincamento na faixa de caminhada obedece verticalmente ao trajeto feito pelas rodas desses veículos pesados.

     No “novo” Parque, as regras para passagem de veículos devem ser rigorosas. O próprio policiamento deve ser feito a cavalo (cadê eles?) ou de moto.

     O Parque da Cidade é o momento máximo de felicidade de Brasília. Votarei no candidato a governador que tiver sensibilidade sobre isso.
     
    Cada frequentador a mais do Parque é um paciente a menos no HBB. Alguém precisa perceber isso.

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