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  •      Durante quase mil anos, desde Carlos Magno, que reinou sobre franceses e alemães, a Alemanha foi um aglomerado de cidades-estado, sendo a guardiã, até o fim do século XVIII, de Sacro Império Romano Germânico. Ainda no século XVII, temeroso da engenhosidade alemã, o Cardeal Richelieu, estadista da França, engendrou uma diplomacia política de anulação da Alemanha – jogando um estado contra o outro – impedindo sua união, para que eles não ameaçassem a soberania francesa.   (continua)

  •      Cícero achava, assim como seus contemporâneos romanos, que “Quem pensa que pode conquistar glória duradoura pela simulação está muito enganado”, e que “todas as simulações logo caem por terra como flores frágeis”. Maquiavel, quinze séculos depois,  discorda dele, dizendo que os homens, em sua maioria, são simplórios e propensos a se iludir, aceitando as coisas tais como se apresentam, sem críticas, julgando apenas pelas aparências. Ou seja, que “todos podem ver o que aparenta ser” e “poucos veem o que realmente é”.   (continua)

  •      "Nunca falei com meu pai a respeito depois que o Palmeiras foi rebaixado. Sei que ele soube. Ou imaginou. Só sei que no primeiro domingo depois da queda para a Segunda pela segunda vez, seu Joelmir teve um derrame antes de ver a primeira partida depois do rebaixamento. Ele passou pela tomografia logo pela manhã. Em minutos o médico (corintianíssimo) disse que outro gigante não conseguiria se reerguer mais.    (continua)

  •      Vocês viram o dia que fez ontem, 28 de outubro, aqui em Brasília? Talvez seja indescritível... Como diria Artur da Távola, esse foi um típico “Diadeus”. Dificilmente “o ato de ser dia foi tão plenamente como ontem!  Talvez para homenagear os servidores públicos, tão merecedores de gratidão! A impressão foi a de que Deus se aborreceu com seus assessores e disse: - “Vocês já não sabem iluminar um dia! Vejam como é. E realizou a mais linda luz possível a envolver uma cidade.   (continua)

  •      Sir Francis Bacon deu um conselho curioso aos que estudavam a Natureza: deveriam desconfiar de tudo que suas mentes aceitassem sem hesitação. Talvez fosse uma maneira de prevenir contra a ilusão de que qualquer descoberta humana fosse completa, ou tivesse completamente desvendado o que Deus encobrira. No momento (século 17) em que crescia a ideia herética de que existia um metafórico Livro da Natureza tão cheio de mensagens de Deus para os homens quanto o Livro dos Livros, Bacon aconselhava a Ciência a não desprezar o que diziam os mitos e as Escrituras. A glória de Deus se manifestava de várias formas. Algumas eram apenas mais poéticas do que as outras.   (continua)

  •    Ao acordar, disse para a mulher:
    — Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
    — Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
    — Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.   (continua)

  •      Perseguido pelas autoridades de seu país natal, a Prússia, por causa de seus ataques ao governo, o panfletário Karl Marx mudou-se para a França. Lá, deu continuidade a atividades revolucionárias, com seus panfletos e jornais. Acabou expulso. Procurou refúgio na Bélgica, mas não conseguiu se estabelecer, em virtude da pressão prussiana sobre o governo belga. Ele ainda tentou a França mais uma vez, e não deu certo. Voltou a Prússia, mas foi expulso novamente.   (continua)

  •      É por intermédio de Hamlet, o príncipe filósofo, que Shakespeare diz o que pensa de nós: “Que obra-prima é o homem! Como é nobre pela razão. Como é infinito em faculdades. Em forma e movimentos, como é expressivo e maravilhoso. Nas ações, como se parece como um anjo. Na inteligência, como se parece com um deus. A maravilha do mundo. Protótipo dos animais!” Nenhuma outra realização humana expressa com tanta força e exatidão esse pensamento do que as Olimpíadas.   (continua)

  •      Ver Kenneth Brannagh declamando Shakespeare na abertura da Olímpíada de Londres foi uma grata surpresa e grande alegria. O tema da cerimônia foi inspirado na peça, A Tempestade, uma das últimas escritas pelo Bardo de Stratford. É lá que está a frase “Essa ilha é cheia de barulhos”, que foi gravada no sino de vinte e seis toneladas que deu início ao evento.
         A Tempestade se passa numa ilha imaginária. Nessa peça, Shakespeare se livrou de todas as peias do mundo real, deixando sua imaginação agir sem amarra alguma. Daí o porquê da escolha desse tema shakespeariano, pelos organizadores dos jogos: um lugar onde os sonhos são possíveis de serem realizados.   (continua)

  •      O massacre de Denver, nos Estados Unidos da América, é estúpido, cruel, mas, ao mesmo tempo, compreensível, e nos perguntamos por que os americanos podem ficar surpresos com essa barbárie? As lágrimas do presidente americano pelas vítimas do massacre é uma hipocrisia. O que aconteceu lá é produto de um fenômeno de dissociação de um grupo que não sabe mais o que é realidade e o que é ficção.   (continua)

  •      Um congresso processar e julgar um presidente da República e afastá-lo do cargo por Impeachment em apenas dois dias, isso sem mexer uma vírgula na Constituição, é algo impensável e inaceitável em qualquer nação que queira ser chamada de Democracia. Menos no Paraguai, onde ocorreu o fato! Só mesmo quem não conhece nada de história pode se assustar com o que aconteceu no vizinho e mal-afamado país sul americano!
         O Paraguai esperou 182 anos, após sua independência em 1811, para ter o primeiro presidente eleito pelo voto, fato que veio a acontecer em 1993, com a eleição de Juan Carlos Wasmosy. Até então o país vinha sendo governado por uma sucessão de tiranos e por um único Partido, o Colorado. O último ditador, Alfredo Stroessner, filho de alemães, simpatizante e acolhedor de nazistas, governou o país por 34 anos.  (continua)


  •      As duas estrelas que estão sob os mais intensos holofotes da Imprensa no momento, não são atores, cantoras, políticos, ou artistas em geral, mas dois profissionais sem nenhum talento para superstar. Trata-se dos advogados criminalistas Márcio Thomaz Bastos e “Kakay” Almeida Castro. Nenhum dos dois é atraente. O segundo tem cara de cientista louco dos filmes de Hollywood, e Bastos parece um vovô aposentado.   (continua)

  •      Shakespeare nos diz em Tímon de Atenas, que “Nenhum homem vai para o túmulo sem levar no corpo a marca de um pontapé dado por um amigo”. Se os amigos nos dão pontapés, o que não podem fazer outras pessoas? Já levei tantos pontapés na vida que perdi a conta. Portanto, quando fui impedido de emitir minha opinião, como vinha fazendo semanalmente, há cinco anos no Site do Jornal O Globo, Blog do Moreno, não me assustei, encarei como mais um chute, desses que a vida nos dá de vez em quando.   (continua)

  • Alcançar o amor talvez exija mais renúncia do que alegria e felicidade.
    Nem sei se a felicidade pessoal é compatível com o amor.
    Por que ligar felicidade ao amor?
    O amor é sério demais para almejar a felicidade.
    A felicidade está sempre ligada a alguma forma de inconseqüência.
    A paixão sim faz a gente feliz. Só transar? Melhor ainda.
    Assim como é preciso alguma crueldade para viver, assim como há sempre alguma agressão embrulhada em qualquer vitória, também a felicidade precisa de alguma inconseqüência..
    (continua)

  •      "Há um tipo de choro bom e há outro ruim. O ruim é aquele em que as lágrimas correm sem parar e, no entanto, não dão alívio. Só esgotam e exaurem. Uma amiga perguntou-me, então, se não seria esse choro como o de uma criança com a angústia da fome. Era. Quando se está perto desse tipo de choro, é melhor procurar conter-se: não vai adiantar. É melhor tentar fazer-se de forte, e enfrentar. É difícil, mas ainda menos do que ir-se tornando exangue a ponto de empalidecer.   (continua)

  •       Blog de Ricardo Kotscho

         Ao contrário do nosso sábio Ruy Castro, pouco entendo de cinema e tenho péssima memória para lembrar dos filmes e atores que vi nas telas, mas gosto muito de falar de histórias de vida.
         Por isso me deu vontade de escrever hoje sobre o ator e diretor Clint Eastwood (não me lembro dos filmes dele a que já assisti). "Você precisa ler esta entrevista", foi logo me dizendo minha mulher assim que cheguei à casa do Toque Toque Pequeno para encontrar a família.   (continua)

  •       Ainda bem que o tempo passa! Já imaginou o desespero que tomaria conta de nós se tivéssemos que suportar uma segunda-feira eterna? A beleza de cada dia só existe porque não é duradoura. Tudo o que é belo não pode ser aprisionado, porque aprisionar a beleza é uma forma de desintegrar a sua essência. Dizem que havia uma menina que se maravilhava todas as manhãs com a presença de um pássaro encantado. Ele pousava em sua janela e a presenteava com um canto que não durava mais que cinco minutos.   (continua)

  •      Sou de uma época em que ainda se escrevia cartas, um tempo não muito distante que acabou no início dos anos 90 com a chegada do computador pessoal. A Internet matou a carta escrita à mão. É o “progresso natural”, no entanto, diria Drummond, “Mas, como dói”. Tenho quase um milheiro de cartas guardadas em casa, testemunhas das experiências que vivenciei com familiares e amigos ao longo da vida.   (continua)

  •       Em uma linda cidade, onde o céu era de um azul intenso, as árvores retorcidas e o capim amarronzado, vivia uma linda menina de cachinhos, com olhos grandes e bem expressivos, - seu nome era Estrela. Ela gostava de ficar com o pai na sua casinha ouvindo histórias, gostava de ir ao clube e adorava comer morangos. Comer morangos era sempre uma comemoração, um sinal de que tudo estava bem.   (continua)

  •       "Quando Narciso morreu, vieram as Oréiades – deusas do bosque – e viram o lago transformado, de um lago de água doce, num cântaro de lágrimas salgadas. - Porque você chora? – perguntaram as Oréiades. - Choro por Narciso – disse o lago.    (continua)

     

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